Real Feelings
Escrever é como uma cirurgia de
peito aberto. Sobre cada linha, palavra e vírgula – escolhidas atenciosamente para
estarem ali – tem um pouquinho do escritor. Saber lidar com a exposição de
cantos tão escondidos do peito é difícil, mas tem muito a ver com o quão verdadeiro
você é fora do papel.
Quantas reconstruções arteriais você tem e não quer que os outros vejam?
O mundo está sempre em busca das suas
fraquezas para te derrubar, é verdade. Mas a partir do momento que parei de
pensar nessa constatação perturbadora, percebi que mascarar tudo dá trabalho
demais e nos priva do real da vida. Priva de conhecer, tocar, viver e de poder
olhar nos olhos do outro, tudo pelo medo de que algum indício do que você
realmente é, e sempre foi, escape por alguma fresta.
Construir represa para os
sentimentos traz mais prejuízo do que lucro. Pelo simples fato de não poder
escolher o que fica atrás da parede, tudo deve ficar contido. Uma bela
robotização – muito filme anos 90 – do seu próprio eu. Tudo isso é impedir a si mesmo de alcançar
o próximo degrau. Não posso ser hipócrita e dizer que o receio não aparece para
dar um ‘oi’ simpático, mas poder sentir sem anestesia as coisas boas da vida
vale muito a pena!
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